quinta-feira, 28 de julho de 2005

É tão dificil ser quem sou ...

Sentado neste vão de escada, de telemóvel brilhando na mão, espero pelo som da tua voz ... mas é toda uma espera em vão.

Reclamo por não te ouvir e anseio pela resposta breve que não chega ... ligado no fundo da rua e sintonizado no barulho dos motores que passam soprando na avenida, vejo passar as horas, os minutos e os segundos ... a espera longa não me deixa descansar ... as nuvens que bem alto passam ... já as esqueci.

Olho para o céu enquanto espero... as nuvens acima da minha cabeça cobrem e descobrem o céu a uma velocidade louca ...

Imagino os piores cenários na minha cabeça, e a fértil imaginação leva-me para os caminhos tortuosos do ciúme ... não é que não confie ... mas sou assim.

A altura não é das melhores, o calor do Verão faz-me sentir diferente ... fico mais susceptível ... fico muito mais ... na vida nunca tinha sido assim, hoje chego à conclusão que, não o era porque nunca tinha amado ... mas hoje sofro muito mais.

Aqui são desabafos, quem lê não chega a sentir, mas fico-me consumindo de uma forma dolorosa, os nervos disparam e o estômago não pára de dar voltas ... é mau ser assim e eu não queria ser assim ... mas também são as situações ...

Não custava nada, bastava dizer, apagava o fogo que começava a arder, a confiança de dizer estou aqui ... vou ali ... demoro x ... a ausência de resposta é que me consome ...

A ausência de palavras leva-me a construir o argumento de um filme que imagino na minha cabeça, e nesse mesmo momento começo a desfalecer, por dentro, e a sentir a angustia a crescer ...

Porquê? Não custava nada ... tudo começa pela manhã ... porquê a insistência na distância ... tudo bem compreendo, mas foi o despertar da imaginação...

Não gosto de ser assim, não quero ser assim, se vocês imaginassem o filme ... uma longa metragem que ainda hoje me consome ... uma longa metragem ...

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