O Recreio...
Ainda me lembro ...
Nos meus dias de criança, entravamos cedo na escola e não tínhamos desculpa para os atrasos, ouvíamos a professora e quase não falávamos, caso contrário ela tinha uma amiga muito especial, a Maria Cachucha, que adorava as nossas mãos.
A Maria Cachucha era uma régua de pau, com uns bons 50 cm e que estalava nas nossas mãos em diversas ocasiões:
- Quando falávamos demais.
- Quando errávamos as contas
- Quando não fazíamos os trabalhos de casa
- Quando dávamos erros no ditado ...
Enfim, eram inúmeras as ocasiões que a professora aproveitava para descarregar um pouco o seu stress, hoje não podem fazer isso para aliviar o stress fazem greves e dizem que não aguentam até aos 65, bom mudam-se os tempos mudam-se as vontades.
Mas nem tudo era mau, mesmo depois daquele clima totalitarista em que vivíamos na sala de aula (e eu já nasci depois do Famoso 25 de Abril), existia o nosso tempo de LIBERDADE, o recreio.
Aquela hora parecia infindável, britávamos a tudo, jogava-se à bola, ao elástico com as miúdas e até ao "bate pé", só até ao 3 pois nós éramos muito pequenos, ganhei tantos beijos na cara ... eram tempos muito bons.
Hoje tenho um trabalho, vivo no mesmo clima totalitário, tenho de obedecer ao chefe, tenho uma hora de almoço que parece um foguete de tão depressa que passa, e o recreio, 10 minutos de café e mesmo assim tenho a mulher (leia-se chefe) à perna porque demorei demais ... a vida muda, e no imediato parece que é sempre para pior.
Quem não tem saudades do recreio?
Hoje o meu recreio é o meu tempo com o meu amor, onde não fazemos jogos de futebol, elástico ou cabra cega, mas no "bate pé" vamos mais longe que o 3.
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