sexta-feira, 7 de abril de 2006

Medo

Um texto para tentar, através da escrita induzir o medo no leitor, ou pelo menos tentar ...

"Está escuro e dá para sentir a humidade no ar, sentado, ofegante atrás de uma ávore, não me consigo mover, vejo o que parecem ser vultos que passam de relance por entre a vegetação.

Este desconhecimento do que me rodeia provoca sensações estranhas no meu interior, e eu sei qu nada posso fazer. Penso, reflico, e chego a uma conclusão só tenho duas saías ou espero escondido pela morte certa ou tento a minha sorte correndo pelos trilhos marcados pela passagem de animais ao longo de décadas de pastoreio.

Relembro a minha vida por breves instantes, e sei que não quero morrer ... ainda não vivi tudo ... no entanto vejo a morte a aproximar-se, os vultos não fazem barulho, por vezes vêem-se clarões, não sei o que são ... mas deixam-me aterrorizado ...

"Tento a minha sorte, não eles podem apanhar-me ... por enquanto estás seguro", penso para mim, mas o meu coração bate com intensidade e mostra-me que apenas me estou a enganar.

Vou correr, vou correr sem parar, não vou olhar para trás ...

Não consigo correr mais, as pernas já começam a doer, corri kilometros, faltam-me as forças ... sinto a respiração fria a entrar nos meu pulmões, doí-me o corpo, sinto picadas no corpo, as veias parecem não aguentar a pressão ... cai e o silêncio impera à minha volta

Não tenho forças para abrir os olhos e gostaria de o fazer, o silêncio já não se faz sentir consigo sentir movimento à minha volta, tento, tento e por mais que tente não consigo.

Sinto que me agarraram, as cordas apertam-me os pulsos, agora já abro os olhos mas só vejo silhuetas, são corpos estranhos ou parecem corpos estranhos ... levam-me pendurado, não sei onde vou, desmaio...

Sinto calor, muito calor nas minhas costas, não estou atado a um pau, tenho uma fogueira por baixo, estão a queimar-me ... estou vivo, grito. Mas eles parecem não entender, oiço sons estranhos, musica sem nexo ...

Estarão a fazer uma festa?

Mas porque me queimam?

Serei o Banquete?"

Acho que não consegui, é que já li o texto duas vezes e não sinto nem um arrepio.

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